Histórias das Cruzadas

domingo, 6 de março de 2016

“Olhem para os franj! Vejam com que fúria lutam por sua religião".

“Olhem para os franj! Vejam com que fúria lutam por sua religião, enquanto nós, muçulmanos, não demonstramos ardor algum em travar a Guerra Santa.”
(Saladino)

Vários historiadores comentam sobre a carnificina que vigorava no Oriente durante o período das Cruzadas. Muita gente acredita que a região vivia um momento de unidade e respeito entre os maometanos, e com a chegada dos francos foi instaurado um tempo de terror. 
A situação era um pouco diferente, pois os conflitos internos geravam muita instabilidade naquela região. Segundo os próprios cronistas árabes, havia uma divisão intensa entre os islâmicos, os emires estavam mais preocupados em assuntos relacionados às suas províncias do que com a fé que professavam. Dificilmente um líder falecia de formas naturais, na maioria das vezes pereciam em batalhas, apunhalados em seus próprios aposentos ou mortos por envenenamento. “Era preciso matar para sobreviver”. 
A fragmentação Seljúcida, por exemplo, era tão grande que muitos emires preferiam apoiar o Exército Cristão, oferecendo ouro, suprimentos, montarias e guias, a sair em auxílio de outras províncias muçulmanas, pois tinham o receio de algum chefe árabe derrotar os europeus e obter status de salvador ou líder do islã. Essa desagregação foi o fator preponderante para o êxito da Primeira Cruzada.

Referência:
MAALOUF, Amin. As Cruzadas Vistas pelos Árabes. Tradução de Pauline Alphene e Rogério Muoio. São Paulo: Brasiliense, 1989.

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